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Arquivo da Casa do Avelar
 

CÓDIGO DE REFERÊNCIA
PT/ADB/FAM/ACA 
ENTIDADE DETENTORA
Arquivo Distrital de Braga
DATAS EXTREMAS
1561-1981
NÍVEL DE DESCRIÇÃO
Fundo
DIMENSÃO E SUPORTE
8 m.l.; 2291 docs.; papel e pergaminho
NOME DO PRODUTOR
Família Jácome de Vasconcelos
HISTÓRIA FAMILIAR
Não se pretende aqui apresentar a história familiar dos Jácome de Vasconcelos até porque esse trabalho foi já objecto de estudo de diversos investigadores, de entre os quais se destaca Ana Maria da Costa Macedo com a obra Família, Sociedade e estratégias de poder: 1750-1830: a família Jácome de Vasconcelos de freguesia de São Tiago da Cividade (ver Nota de Publicação), que inclusive serviu de base para este trabalho, mas apenas identificar os seus protagonistas enquanto produtores documentais.
A família, constituída até à actualidade por 19 linhas geracionais, teve o seu início em Vasco Jácome, cavaleiro e criado do rei D. João I, senhor da Vila e Honra de Vimieiro. Seu filho, Diogo Jácome, natural e residente em Tomar, chegou a Braga por volta de 1396 ou 1398, a acompanhar o Arcebispo D. Martinho Afonso e estabeleceu-se nas Casas da Honra da Ramada, prazo da Mitra Primaz.  Em 1509, seu bisneto Duarte Jácome de Araújo recebeu, por mercê do Arcebispo D. Diogo de Sousa, o prazo da Quinta do Avelar tornando-se no seu 1º senhor. Sucedeu-lhe Francisco Jácome de Araújo que, por vontade expressa em testamento, deixou a casa e prazos da família à filha D. Inês Jácome de Sousa, apesar de ter como primogénito um filho varão, contrariando assim a tradicional sucessão varonil da época. Esta, por sua vez, deixou como herdeira sua irmã, D. Ana Jácome de Sousa e como condição estipulou que, falecidos os filhos desta última, o prazo fosse estabelecido em seu sobrinho André, filho de seu irmão mais velho - Filipe Jácome de Sousa. Desta forma, André Jácome de Vasconcelos (1593-1631) tornou-se no 5º senhor do prazo e casa do Avelar e restabeleceu-se a linha de primogenitura. Duas gerações depois esta linha volta a quebrar-se pois André Jácome de Sousa nomeia seu sucessor o segundo filho José Jácome de Sousa (1725-1749). A geração composta pelos filhos de José Jácome contextualiza um dos períodos mais peculiares desta família. O filho varão nomeado sucessor dos bens morre aos 18 anos deixando sua mãe por herdeira. Quando esta morre apenas um de seis filhos permanece vivo - D. Maria Máxima Jácome de Sousa Carneiro. Esta, ao não possuir descendência directa, pois estava divorciada (por provisão régia de 18 de Setembro de 1769) do seu marido Luís Lançois, e recolhida num convento constituiu, por testamento, seu herdeiro o primo João Luís Jácome de Sousa. A linha sucessória sofreu, então, uma transferência para uma linha colateral. Foi esta nova linhagem que manteve a casa na família até aos dias de hoje, apesar das vissicitudes que teve que enfrentar e ultrapassar, nomeadamente, a tentativa de Luís Lançois em apoderar-se dos bens de D. Maria Máxima e a venda a retro-aberto da Casa do Avelar.
Ao longo das sucessivas gerações, a família Jácome de Vasconcelos possuiu os seguintes bens ou rendimentos:
 - Prazo do Avelar (dividido em Avelar de Cima e Avelar de Baixo) - sito na freguesia de São Tiago da Cividade em Braga; cedido em escritura de 1509 a Duarte Jácome de Araújo pelo arcebispo D. Diogo de Sousa; prazo eclesiástico foreiro à Mitra Primaz. Por testamento de sua mãe D. Maria Ribeiro da Silva Lopes, António Xavier tornou-se senhor da casa e quinta do Avelar de Baixo.
 - Prazo da Quinta de Urjães - sito na freguesia de São Tiago da Cividade em Braga; compra efectuada em 1680 por João Jácome de Sousa e sua mulher D. Mariana Pedrosa; foreiro ao Cabido.
 - Prazo do Assento de Lamas - sito na freguesia de Santa Maria de Lamas, concelho de Braga; adquirido por casamento de Francisco Jácome com D. Leonor Campelo de Sousa Meneses em 1543. João Luís Jácome descreve pormenorizadamente as propriedades que compunham este prazo. Na segunda metade do século XIX, este prazo já não pertencia à família.
 - Prazo da Quinta de Proence - sito na freguesia de Sandiães, concelho de Ponte de Lima; chegou à família através de D. Ana Correia Rebelo quando, em 1617, casou com André Jácome de Sousa e foi dotada com metade desta quinta. A outra metade foi herdada por André Jácome de Sousa, neto dos anteriores, por testamento de seu tio materno, Eleutério Correia de Lacerda; foreiro ao Mosteiro de Landim, extinto concelho de Penela, actual Ponte de Lima. Esta propriedade pertence hoje, por herança, a Fernando Jácome de Sousa Machado Vasconcelos, filho de Vasco Girão Jácome de Sousa Pereira de Vasconcelos.
 - Morgado ou Vínculo de São Vicente de Ferreira - sito em Barcelos; dote de D. Inácia Teresa Vilas Boas por casamento com Francisco Jácome de Sousa, em 1734. D. Inácia nomeia, em 1764, administradora deste vínculo sua filha D. Mariana Luísa pouco antes desta casar com Gregório Carlos de Magalhães e Meneses. Contudo, João Luís Jácome põe em causa a sucessão do vínculo, justificando-se com a Lei Pombalina de 3 de Agosto de 1770. Em consequência, Carlos de Magalhães e Meneses foi obrigado a entregar os bens vinculados aos senhores da Casa do Avelar. Este vínculo foi extinto em 1863.
 - Vínculo de Juro Real - herdado por D. Maria Ribeiro da Silva Lopes de seu tio, o sargento-mor Francisco Ribeiro da Silva; chegou à família pelo casamento desta com João Luís Jácome de Sousa.
 - Vínculo de Gondizalves - pertencia também a D. Maria Ribeiro que o herdou de sua prima D. Apolónia Maria Ribeiro da Silva que, por sua vez, também o herdou, por intermédio da mãe, do tio Francisco Ribeiro da Silva. Ambos os vínculos foram registados como extintos por Vasco Jácome em meados do séc. XIX.
 - Quinta de São Vicente Ferreira - sita na freguesia de São Tiago da Cividade em Braga; adquirida por domínio directo de Vasco Jácome de Sousa Pereira de Vasconcelos, em 1885.
 - Quinta de Mouquim - sita na freguesia de São Martinho de Dume em Braga; recebeu-a D. Maria Máxima Jácome de Sousa por doação de uma tia; mais tarde deixou-a a João Luís Jácome de Sousa.
 - Quinta do Carvalhal - sita no Douro; dote de casamento de D. Rosa Emília de Sousa Faria Girão com Vasco Jácome de Sousa Pereira de Vasconcelos, em 1886.
Hoje, permanecem na família Jácome de Vasconcelos, a bem conservada casa quinhentista conhecida como Casa de Avelar e a Casa e Quinta de Proence, menos extensa, mas igualmente bem conservada.
HISTÓRIA CUSTODIAL E ARQUIVÍSTICA
Até à sua transferência para o Arquivo Distrital de Braga, através de doação assinada no dia 1 de Outubro de 2008, a documentação que compõe o Arquivo da Casa do Avelar manteve-se sempre na guarda da família que representava a casa, não tendo ocorrido dispersões ou desmembramentos. Na sua obra Família, Sociedade e estratégias de poder..., a autora identifica três tentativas de organização deste arquivo, excluindo a levada a cabo pela própria no âmbito da sua tese de mestrado. As duas primeiras teriam sido feitas por Francisco Jácome Pereira de Vasconcelos (1830-1879) e Vasco Jácome de Sousa Pereira de Vasconcelos (1840-1886), irmãos, sendo o segundo herdeiro da Casa do Avelar. A terceira foi desencadeada por um parente contemporâneo do actual dono da Casa tendo o mesmo confirmado este facto, mas que, por motivos de saúde e outros trabalhos não lhe pode dar seguimento. O trabalho desenvolvido pela autora atrás referida corresponde, assim, a uma quarta iniciativa de organização deste fundo documental que, no entanto e como a mesma refere, se pautou pelo «(...) imperativo de se respeitar, dentro do possível, a ordem original dos documentos e de se reconstruir a lógica subjacente à sua produção» (pag. 248) do qual surgiu um instrumento de descrição ao nível do catálogo, apenso ao mesmo livro.
FONTE IMEDIATA DE AQUISIÇÃO E TRANSFERÊNCIA
Documentação doada pelo Sr. Vasco Jácome de Sousa Pereira de Vasconcelos, actual proprietário da Casa do Avelar, no dia 1 de Outubro de 2008, em homenagem à sua filha, Exma. Senhora Dra. Maria da Assunção Jácome de Vasconcelos Chaves, antiga Directora do Arquivo Distrital de Braga.
ÂMBITO E CONTEÚDO
O conjunto documental que compõem o Arquivo da Casa do Avelar distribui-se pelos domínios patrimonial, genealógico e pessoal. Disto constituem exemplo: os livros de notas particulares, as memórias genealógicas, os livros de contas, os registos diários de receitas e despesas, os cadernos de assentos, os pequenos livros pessoais de poesias, poemas de amor, receitas de cozinha, formulários medicinais, a variada correspondência, escrituras diversas, diplomas, bulas, inventários de bens, procurações, requerimentos, etc.
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO
Classificação orgânico-funcional.
NOTA DE PUBLICAÇÃO
MACEDO, Ana Maria Costa - Família, Sociedade e estratégias de poder: 1750-1830: a família Jácome de Vasconcelos da freguesia de São Tiago da Cividade. Braga: Edições APPACDM, 1996. ISBN 972-8195-70-2, p.251-374.
REGRAS OU CONVENÇÕES
DIRECÇÃO GERAL DE ARQUIVOS; PROGRAMA DE NORMALIZAÇÃO DA DESCRIÇÃO EM ARQUIVO; GRUPO DE TRABALHO DE NORMALIZAÇÃO DA DESCRIÇÃO EM ARQUIVO - Orientações para a descrição arquivística. 2ª versão. Lisboa: DGARQ, 2007. ISBN 978-972-8107-91-8.
ISAD(G): Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística: adoptada pelo Comité de Normas de Descrição, Estocolmo: Suécia, 19-22 de Setembro de 1999. Conselho Internacional de Arquivos; Trad. Grupo de Trabalho para a Normalização da Descrição em Arquivo. 2ª ed. Lisboa: IAN/TT, 2004. ISBN 972-8107-69

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